Odontologia em desaceleração: o que mostram os dados do Censo da Educação Superior 2024

Censo Educação Odonto 2024 – INEP

Os números mais recentes do Censo da Educação Superior 2024, divulgados pelo INEP, indicam um possível ponto de estabilização no ensino de Odontologia no Brasil. Após anos de expansão acelerada, o crescimento parece dar sinais de arrefecimento — tanto no número de ingressantes quanto no total de concluintes.

Queda nos ingressos e estabilidade nas vagas

Pelo segundo ano consecutivo, o número de novos estudantes de Odontologia caiu. Embora o total de cursos tenha aumentado — de 626 em 2023 para 650 em 2024 —, o número de novas vagas praticamente se estabilizou desde 2022. Esse comportamento sugere uma acomodação do mercado de graduação, após um longo ciclo de expansão.

Concluintes: crescimento mínimo

O número de concluintes também mostra desaceleração. Entre 2023 e 2024, o crescimento foi de apenas 0,7%, o que pode indicar que a curva de formação está se aproximando de um limite. Essa estabilidade pode estar relacionada tanto à redução de ingressos quanto à saturação do setor em determinadas regiões.

Comparação com outros cursos da saúde

Entre os cursos presenciais com mais matrículas, Odontologia aparece em 6º lugar, ficando atrás de áreas como Medicina (3º) e Enfermagem (4º). Essa diferença reflete o tamanho e a demanda relativa das profissões da saúde no ensino superior brasileiro.

O que isso pode significar

A desaceleração observada pode representar um movimento natural de equilíbrio entre oferta e demanda no ensino odontológico. Após anos de expansão de faculdades privadas e ampliação do acesso, o sistema parece se ajustar a um novo patamar.

Por outro lado, a estabilização também pode sinalizar mudanças estruturais no interesse dos estudantes e no comportamento do mercado de trabalho, especialmente diante de novos desafios econômicos e tecnológicos na área da saúde.

Fonte: Censo da Educação Superior 2024 — INEP